O consolo humano

O consolo humano


“No meu pensamento as palavras vão passando, nunca serão vistas, nunca serão ouvidas, nunca serão entendidas”

A linguagem em sua essência foi criada com o propósito da comunicação entre dois seres, e junto dela houve a necessidade de expressão, e fazemos isto de diversas formas, colocamos nosso eu no mundo por exemplo através de determinadas roupas, palavras, gestos, lugares frequentados e até pelo círculo de amizade.
Logo, a ação de afirmar suas ideais, pensamentos e convicções tornou-se vital para os humanos, e disto formaram os debates, o estudo e a arte.
A arte entranhou-se na vida da população como um entretenimento e quem sabe até um alivio para a alma robótica que vinha vendo construída, adiante surgiria um enorme movimento para tornar a beleza da criação em algo robótico e imediatista também, time is money.
Todavia, após um tempo algo básico ao consolo humano passou a ser deixado de lado, artistas que sempre ganhavam pouco pelas incansáveis horas de trabalho como qualquer outro, passaram a ser considerados várzea, baderneiros.
Os pais por exemplo renegam em sua maioria um filho envolvido com alguma forma artística e até de exercício pesado de um pensamento crítico, afinal estas profissões mal rendem algum dinheiro, de que adiantaria exercê-la?
Enfim chegamos na época da otimização do tempo, se não está aprendendo algo ou produzindo a cada segundo do dia, está desperdiçando preciosos minutos, afinal em um mundo atarefado, ninguém possui mais alguns segundos para apreciar a natureza ou sentar na cama sem querer fazer nada, parece que roubaram até este direito.
Como resultados podemos ver o desgaste da arte, que já desvalorizada a um tempo torna-se inútil aos olhos.
Lamentavelmente, até quando eis de desvalorizar a arte na sua frente?


-Senhorita Universo

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