Fútil interpretação da vida
Começo a elaborar opiniões e longas linhas de raciocínio
intermináveis abordando diversos temas, todas consequências da arte de pensar,
a minha arte de pensar.
Deito então, com o cérebro cansado da complexa atividade da
consciência, mas encantada com o mundo de possibilidades aberto a mim através
da chave do conhecimento, aquele que permite entender o princípio do planeta e
dos residentes daqui.
No próximo dia, sentada na sala de aula, observo outros
seres, meus semelhantes e ao mesmo tempo o contrário, tão diferentes de mim...
ali, pessoas finas, tão cheias de futilidade na mente e as vezes me pergunto
como é possível, porém eles são populares, desejados e amados ao ponto de
despertar inveja no meu pensamento.
Então encho-me de futilidade também, desejando ter a mesma
vida deles, mas não dá certo, há algo de errado, isto não faz sentido. Seus
ideais não encaixam nos meus, e por mais que queira, minha consciência não muda
de sentido.
Assim fico em um canto, desejando um lugar para pertencer,
forçando a minha peça juntar com as outras para finalmente conseguir formar um
quebra-cabeça, entretanto a única imagem feita é de algo distorcido, incorreto.
Olho o mesmo livro que li na noite anterior, não o reconheço
mais, esqueço sua importância como alguém que esquece a chave do carro, porém
recupera-lo não é tão fácil.
Então, fútil e sem propósito eu vago. Caminho em uma estrada
solitária procurando ideais distorcidos e sem mais a minha bússola de
orientação, ou até mesmo com a falta de identidade própria, com memorias não
minhas, e sim de terceiros, protagonistas do meu filme, porque eu sou apenas
expectadora das ideias que procuro ser.
Ali estou, sem argumentos relevantes para acrescentar em uma
conversa, me falta dom de oratória para poder ser conhecida, com escassa
opinião, com apenas uma fútil interpretação da vida.
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