Hospital de Mentiras: Capítulo 8 - Aprovados

Hospital de Mentiras: Capítulo 8 - Aprovados

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Seria bom se a situação acabasse ali, porém para aqueles sádicos nunca é o suficiente, assim que pensar estar na pior, sempre haverá algo para reforçar o mau.
Chegando no cômodo, fui colocada sentada numa espécie de maca dura, mais semelhante a uma chapa de metal do que um objeto para deitar.
Por um segundo consegui respirar, com a cabeça finalmente em uma posição estável, claro que antes de receber outro soco levando-me a beijar o leito nada macio.
O homem virou meu corpo de barriga para cima logo após amarrou meus braços e pernas brutalmente nas barras que compunham a cama.
Cuspi o sangue que começava a acumular na boca, sentindo a raiva subir a cabeça rapidamente. Cerrei os punhos forçando-os contra as amarras, podia sentir meus olhos pegando fogo, prontos para avançar no infeliz.
Inesperadamente, um cientista apareceu atrás de mim aplicando em meu braço um choque médio, porém forte o bastante para que eu me rendesse.
Então começou, primeiro foram os testes físicos, ver como meu corpo reage com uma martelada no joelho ou uma luz diretamente apontada para as pupilas.
Depois ele colocou uma agulha furada dentro do meu antebraço, extraindo por um bom tempo o líquido vermelho escuro. Conforme tubos de ensaios eram enchidos, fui ficando cada vez mais mole, até mal raciocinar.
Não fazia ideia de quantos segundos, minutos ou horas haviam passado, me parecia importante apenas as dores carnais em lugares tocados ou não pelo analista.
Após estar satisfeito, finalmente parou de tentar me fazer anêmica. Suspirei aliviada quando o vi se afastar com os tubos e objetos cortantes.
Consegui respirar em paz por alguns momentos, mesmo que poucos. Minha mente estava girando, a força de antes já não era a mesma, enfraquecida demais para forçar uma fuga provavelmente malsucedida.
Não demorou muito até que o homem voltasse segurando um bastão de ferro com algo retangular, grosso e vermelho na ponta, estranhamente parecia ter ondas de calor, daquelas que saem do asfalto em um dia quente, saindo da parte escarlate.
Ao olhar para mim, seus olhos castanhos brilharam e um sorriso sádico formou-se em seus lábios mostrando dentes brancos e bem cuidados, se não estivesse me maltratando ou com maldade nas ações, eu poderia dizer que a beleza do rosto dele daquele jeito parecia ter certo destaque sob sua pele negra, o deixando lindo.
Inocentemente, continuei a observa-lo confusa, sem prever os próximos passos que daria, admito até a curiosidade sob a dúvida presente em minha mente.
Ele se aproximou e tirou a camisa branca padrão do acampamento, que eu vestia, este ato me deixou um pouco constrangida, não vou mentir. Ignorando-me completamente, colocou a placa do bastão, com a escrita “Aprovado”, um pouco acima dos meus seios.
Antes de tocar minha pele, já percebi o calor extremo do metal e isso foi o suficiente para me fazer estremecer. No segundo em que experimentei de fato o objeto encostando em mim, gritei alto sentindo aquele pedaço de carne onde o cientista estava ferindo, queimar e espalhar o ardor às regiões próximas, era uma sensação nada agradável.
O infeliz aumentou a pressão da máquina de tortura contra mim, naquela altura as cordas vocais que eu possuía se encontravam bem gastas, deixando a voz sair cada vez mais rouca e baixa.
Por um tempo esqueci de respirar, ocupada demais em berrar com o intuito de amenizar a agonizante dor.
Assim que ele se afastou, o ar entrava e saía rapidamente pela minha boca. Embora aliviada, a sensação permanecia gerando lágrimas nos cantos dos olhos.
Encontrava-me com dificuldade de inspirar e expirar, meus pulmões ardiam em chamas a cada movimento de seus músculos. Parecia impossível chorar, gritar, mover o corpo um sentimento sequer ou sequer espirar.
Ao vê-lo aproxima-se novamente, desta vez com um bastão de choque, implorei para que parasse e poupasse-me. Esta atitude me custou a fala e uma chance de respiração compassada, entretanto não foi o bastante nem para gerar um rápido olhar de compaixão, imagine o convencer a finalizar a tortura.

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Até o capítulo 9 sair, clique aqui para ler a primeira parte de "2010"!


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