Vors - Eve - Parte 1


Eve - Parte 1


Um grupo de amigos turistas decide visitar a floresta amaldiçoada de Canva, seduzidos pela lenda urbana daquele lugar qual circulou o mundo, embora ninguém soubesse ao certo o que havia acontecido, todos os amantes de terror ficaram no mínimo intrigados com a situação.
A teoria mais conhecida conta sobre uma garota, chamada Eve, morta pelos pais naquele local, aparentemente ela teria sido amarrada com correntes em uma árvore e deixada para apodrecer. Dizem que seus gritos foram ouvidos durante a noite inteira pela vila mais próxima, porém nenhum morador ousou ir contra o casal e salvar a menina.
Algumas fofocas juram sobre seu sofrimento ter durado 4 dias, enquanto os dias e as noites passavam, acontecimentos estranhos passaram a assombrar a vila, como a morte da família inteira da vítima, os Hirch, os pesadelos de um incêndio passaram a ser recorrentes e atormentar todos os moradores além dos animais de estimação aparecendo mortos sem qualquer sangue.
No quinto dia, um quarteto de adolescentes decidiu entrar no matagal para uma festa, levaram bebidas alcóolicas, cigarros, uma lanterna a óleo, entre outros objetos. Após algumas horas, um dos garotos teria visto uma massa acinzentada rastejar por perto rondando-os enquanto aproximava-se lentamente.
Quando a substância levantou, seu susto foi tamanho que ele se jogou para trás aos berros, assustando os demais e derrubando a lamparina no chão, logo em seguida todos saíram correndo aterrorizados e mesmo escapando, alguma hora ou outra acabaram enlouquecendo e morrendo eventualmente.
O óleo derramado não demorou a incendiar ao seu redor e propagar-se pela floresta rapidamente, eliminando tudo pela frente fazendo-a arder em chamas durante a madrugada.
O chão tornara-se cinzento e após anos os troncos voltaram a crescer, porém retorcidas, negras e sem folhas, acompanhados de mortes suspeitas no vilarejo, as principais vítimas eram adultos na faixa dos 20 aos 30 anos, todos encontrados desmembrados com pulsos e pescoços marcados por tiras de aço.
Uma hora ou outra, a maioria das pessoas daquele lugar veio a ser assassinada da mesma maneira, embora tentassem de tudo para impedir a fúria de Eve, nada adiantava, pois, seus destinos já estavam marcados para sempre.
O tempo passou e as diversas histórias sobre ela espalharam-se, relatos dizem ter entrado na floresta e visto-a caminhando por lá arrastando suas correntes machadas de sangue, alguns até falam que entre os laços havia pedaços mortais dos alvos.
Querendo comprovar a teoria, os amigos compraram passagens para a cidade e caminharam até a área de suas supostas aparições. Depararam-se com uma floresta negra envolta por um nevoeiro, tudo naquele cenário era em tons de cinza e preto e mesmo que ainda existissem árvores ali, o material era oco e aparentemente podre quebrando com um mero soco.
Um calafrio percorreu-os e embora não conseguissem enxergar por trás da neblina, adentraram o local ainda receosos, suas gargantas estavam secas, o único som que ecoava pelos ouvidos era o de seus próprios passos.
Tudo aparentava quieto, o silêncio tornara-se tão perturbador a ponto de os fazerem jurar escutar algum barulho como animais correndo, risadas ou movimentos estranhos e virarem bruscamente assustando os demais.
O mais alto do grupo, Roberto, tremia a lanterna em sua mão, seu andar era vacilante e os movimentos estavam tensos e duros, o segundo, Thiago, caminhava convencendo a si mesmo de que era corajoso e toda aquela história não passava de uma lenda urbana ridícula, mesmo com as batidas do coração fortes e quase querendo saltar pela boca pelo nervoso.
O terceiro garoto, Domingos, foi quem descobrira os contos e juntara o quarteto para a viagem, simplesmente movido pela ideia de adrenalina como se entrassem em um jogo de terror, a última era uma garota, Patrícia, andava um pouco afastada dos outros em posição preparada para atacar, seus nervos estavam à flor da pele e a paranoia bem atacada.
-Talvez devêssemos ir embora, não estou gostando desse clima –Comentou o maior com a voz trêmula –Esse lugar me da medo, calafrios não vem por acaso, minha mãe sempre disse para me afastar dessas coisas.
-Então por que você veio Roberto? Se toca, é só a neblina, ela não vai te matar -Resmungou o tal destemido dando um rápido tapa na nuca do outro debochando dele com um sorriso de lado.
Enquanto conversavam, um vulto passou rapidamente por trás deles arrastando as correntes fazendo-as tilintar atraindo toda a atenção, um arrepio percorreu as espinhas de todos, que viraram em direção ao som, porém nada viram.
-Ora, ora, novos visitantes –Uma voz de garota ecoou pelo local ao som dos ferros chorando entre si –O que os traz aqui? –O tom dela passou de um pouco assustador para doce e gentil em segundos, como se constantemente mudasse de humor.
-Quem é você e onde está? Apareça! –Exigiu Tiago mirando a lanterna na névoa em volta deles de um jeito nervoso.
Inesperadamente, um vento forte passou por eles e um grito foi ouvido ao mesmo instante que o garoto querendo fingir coragem desapareceu, todos entraram em desespero automaticamente, até a ventania repetir-se.
-Assim? –Perguntou a pequena ficando à vista do trio, a bruma dissipou completamente em segundos mostrando a floresta assustadora em que estavam, espíritos negros e inconsistentes passavam entre as árvores, a podridão da madeira parecia viva e espalhava até eles, o céu a noite estava encoberto por nuvens, deixando tudo naquela terra mais escuro e embora não houvesse mais névoa, a sensação de fadiga ainda era presente.
Por fim, Eve encontrava-se parada perto deles iluminada pela lanterna caída no chão, usava uma saia rodada em farrapos da cor roxa, uma blusa lilás de mangas estufadas e com uma delas rasgada quase desprendendo-se da peça, seus pés estavam descalços e sujos de terra, as pernas com pelos eram grossas e na coxa direita uma corrente atravessava toda a carne, em volta do ferimento havia pele morta de um preto acinzentado misturada com sangue seco, na região da barriga havia a mesma situação multiplicada por quatro.
Finalmente, sua mão esquerda segurava o adolescente pelo pescoço à frente dela, seu rosto acinzentado era iluminado pela luz artificial revelando um sorriso sádico estampado no rosto, seus olhos negros inchados brilhavam e o longo cabelo acastanhado chegava até o final das suas costas gerando nela uma aparência cadavérica.
Tiago tentava livrar-se de seus dedos inutilmente enquanto olhava para seus amigos petrificados, já sentia seu sangue ter má circulação pelo corpo, mas isto era colocado em segundo plano e mal notado em comparação ao coração batendo rápido e o medo da morte gritando em sua cabeça.

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Comentários

  1. Tenho certeza de que lembrarei desta história em condições semelhantes em relação ao ambiente. Scarry.

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    Respostas
    1. Haha, cool!
      Fique de olho, logo logo a parte 2 chegará com mais emoções e revelações ;)
      Obrigada por comentar *-*

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