Os Benoit - Capítulo 1 - A irmã


Capítulo 1 - A irmã


Em uma floresta densa e isolada, uma mansão gigantesca estava estabelecida, nela morava a família Benoit, ou melhor, apenas os filhos dela, os quais são frutos de diversos casamentos feitos pelo rei vampiro, do primeiro matrimonio temos Arthur e Heitor, do segundo surgiu Francisco, Fernando e Noah, e por fim os gêmeos da terceira união, Diana e Mikael, nesta ordem.


Dentro do quarto no 3º andar estava Diana encarando o teto branco do quarto, seus longos cabelos ruivos batiam em sua cintura, eram levemente ondulados e continham grande brilho. Tirando-os do rosto, era possível ver grandes olhos azuis e logo embaixo um nariz médio, uma boca provida de lábios carnudos e rosada, e bochechas com uma quantidade pequena de sardas.

Sua pele era extremamente branca, quase albina. E para sua infelicidade, com estatura era baixa, parecia quase uma boneca de porcelana. As roupas eram folgadas e as vezes pendiam do corpo, dependendo do dia era facilmente confundida com um garoto.

Agora, vestia uma blusa de manga comprida de cor branca, com a estampa de um coração derretendo. Mais abaixo, sua vestimenta também continha um short jeans curto e uma sandália aberta da cor preta com alças douradas.

A ruiva se levantou e saiu do quarto, viu o pervertido do Fernando espiando pelo buraco da fechadura uma empregada trocar de roupa em seu quarto, a de olhos verdes esmeralda apenas revirou os olhos e continuou andando ignorando a situação, pouco se importava com o que ele decidia fazer.

Fernando era um de seus irmãos, de cabelos loiros que batiam no ombro e olhos azuis, magro e alto com a pele bronzeada, sua melhor marca era o sorriso malicioso que carregava por todos os lados. Usava uma regata com uma jaqueta de couro por cima, calça jeans azul clara e um chinelo branco.

Caminhou até o jardim procurando um pouco de ar, visto que não saia da cama fazia algumas horas e precisava andar pelo menos um pouco, entretanto acabou trombando com seu outro meio-irmão, Arthur.

Este era o mais alto e mais velho de todos, loiro e de olhos negros, sua postura era desleixada e preguiçosa, uma expressão tediosa e os olhos vazios eram frequentes nele. Vestia uma blusa longa cor de creme e uma calça azul escuro, com um tênis preto desamarrado.

Os dois ficaram olhando-se por um tempo, meio constrangidos e sem graça, sem saber ao certo o que falar um para o outro, Diana desvirou o olhar rápido, porém o garoto continuou encarando-a, e quando levantou levemente a mão para dizer algo, Mikael chegou.

O gêmeo era baixo igual a irmã e igualmente branco, o cabelo alaranjado com mexas descoloridas e pintadas de platinado e os olhos castanho escuro, o corpo musculoso e forte. Vestia uma blusa de manga curta e branca rasgada, calças pretas e botas da cor bege.

-O que estão fazendo? – Perguntou com um ar irritado, a expressão emburrada e as mãos enfiadas nos bolsos.

-Nada, só acabamos nos encontrando por acaso, inclusive já estou de saída, adeus –Respondeu rapidamente dando meia volta e desaparecendo da visão dos dois, não estava nem um pouco a fim de conversar com eles, embora um dia já foram seus melhores amigos.

Trancando o quarto, ela apoiou-se na porta suspirando com as mãos no rosto, suspirou com vontade de chorar, não sabia explicar exatamente o porquê, entretanto nos últimos meses tentava evitar todos da mansão, o máximo possível.

Mikael então apareceu na frente da ruiva a assustando, com as mãos na cintura e o rosto com rugas de expressão, fazendo uma careta brava. Ela o olhou por um tempo e os dois ficaram em silêncio.

-Me deixa –Finalmente a garota falou alguma coisa, ela afastou o irmão com força e foi até o outro lado do quarto.

-Volte aqui! –O ruivo tentava agarrar a irmã gêmea, mas ela sempre sabia ser mais ágil que ele.

Até que o garoto a fez cair em cima da cama e ficou em cima da mesma. Ela tentou soca-lo, porém o mesmo segurou seu pulso.

-Mulheres são tão vulneráveis –A de olhos verdes deu uma joelhada em suas partes baixas, ele saiu de cima dela imediatamente e deitou se contorcendo de dor na cama.

-Quem é vulnerável agora? –Ela sorriu e mesmo com a dor entre as pernas, Mikael sorriu também se desculpando.

Seu sorriso então desmanchou-se de repente e ela deitou do lado do irmão sem mais nada a dizer, desconfortável com a presença dele, dispensou-o mesmo com alguns protestos do garoto, no fim voltando a ficar solitária.


O loiro fingia dormir tranquilamente no sofá, de tranquilo só estava a aparência mesmo, pois em sua mente passava milhões de lembranças, ele e sua única irmã/amiga ajudando a cuidar dos cachorrinhos escondidos, os dois conversando enquanto olhavam a lua...

Até que ele se lembrou de um dia, a véspera da chegada da nova empregada, Camila, na mansão e Diana se afastar completamente dele.

Diana se aproximava dele com um sorriso no rosto, ele a olhou e a mesma parou ao seu lado.

-Feche os olhos –O garoto obedeceu de bom grado, com um esboço de sorriso nos lábios.

Ele sentiu algo pesado sobre si e abriu os olhos, viu um gatinho preto o olhando, não era filhote, todavia nem por isso deixaria de ser encantador.

Fez carinho no animal e olhou a irmã mais nova, ela sorria satisfeita consigo mesma.

-Feliz dia dos namorados! –O loiro corou ao ouvira frase, “provavelmente está presenteando as pessoas amadas, mesmo que não sejam namorados” pensou, mas também não conseguiu evitar a vergonha.

-Sabe que não posso tê-lo –Comentou, ela fez bico e sentou no chão cruzando seus braços.

-Tudo bem então, me devolve –Ela pegou o gato, porém o de olhos azuis segurou suas mãos impedindo que o levasse.

Foi aproximando cada vez mais o rosto do dela, quando estavam quase tocando seus lábios, ela foi puxada para trás por Mikael, um certo ciumento que adorava atrapalhar os momentos dos dois juntos sempre que podia.

A mais nova foi puxada para longe, mas não sem antes dar uma piscadela para o loiro.

Ele sorriu e olhou o gato preto que voltara a ficar em seu colo e agora dormia sossegadamente.

Ele abriu os olhos e viu a sala de estar vazia, desejou que sua amada estivesse ali com ele, conversando sobre aleatoriedades, curiosidades de animais, fazendo piadas e se divertindo como quando eram crianças.

Isso o fez lembrar do dia em que os dois decidiram fugir por um tempo e foram cavalgar, os dois riam muito do jeito desastrado que Arthur tentava fazer o cavalo ir na direção certa, a menor teve que o ajudar a guiar, entretanto parecia que o loiro não levava jeito para isso, então Diana acabou montando no cavalo dele e ele foi para o dela, que era mais calmo e iria ajuda-lo bastante com a falta de experiência.

Os dois passaram a tarde inteira cavalgando, assim que chegaram na mansão, mal se aguentavam e ainda tinham aula, a ideia de ficar a tarde inteira fora certamente não foi boa, porém a sensação de aconchego no peito era incomparável.

Ele sorriu e levantou, sabia que nada mais disso voltaria, então procurava manter as memórias sempre frescas, repassando na mente os melhores momentos com a esperança de novos tão bons quanto.






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